Os pavimentos intertravados, que tem o concreto como seu principal material de revestimento, são considerados flexíveis devido às distribuições das tensões.
Inicialmente este material era aplicado em passeios de pedestres e pátios de estacionamento.
Hoje em dia podemos observar a presença do pavimento intertravado também em rodovias, ruas e pistas de taxiamento de aeródromos.
Devido a esta grande demanda o conforto de rolamento, para pavimentos intertravados, ganhou a preocupação e o destaque devido.
A acessibilidade, especialmente para pessoas que utilizam cadeiras de rodas como principal forma de mobilidade, tem que ser levada em consideração para o tráfego dos cadeirantes e pedestres.
A International Standards Organizations (ISO) juntamente com a American National Standards Institute (ANSI) desenvolveu uma norma para avaliação de vibração de corpo inteiro (VCI) que traz referências do tempo de exposição necessário para começar a causar problemas de saúde.
Isso devido as vibrações impostas ao deslocamento da pessoa em cadeira de rodas nestes pavimentos que podem prejudicar a saúde a longo prazo, principalmente dores nas costas e degenerações dos discos.
A ISSO e a ANSI desenvolveram um método para medição de vibração de corpo inteiro (VCI).
Este método inclui as amplitudes de vibrações consideradas prejudiciais e os tempos de exposição associados para as faixas de vibrações que foram identificadas como perigosas.
O método descreve alguns dos efeitos físicos que podem ocorrer da exposição à vibração de todo o corpo (Wolf et al, 2006).
Os limites da norma ISO-2631 são baseados na amplitude da raiz quadrada média (RMS) cumulativa em um único dia, especificada para frequências entre 1 Hz e 80 Hz.
A zona de cuidado para a saúde define o risco para um determinado período com base na quantidade média de vibração experimentada pelo usuário.
Conforme o tempo passa, a quantidade de vibração que o usuário de cadeira de rodas pode tolerar com segurança irá diminuir drasticamente (Wolf et al, 2006).
O estudo de WOLF et al (2006), citado acima, fornece subsídios para determinar os parâmetros que devem ser considerados quando a opção for utilizar a pavimentação intertravada com peças de concreto em trajetos utilizados por usuários de cadeira de rodas.
Ele também ressalta a importante contribuição ao entendimento da exposição à vibração experimentada por pessoas que usam uma cadeira de rodas elétrica ou de acionamento manual.
De acordo com os estudos da Universidade de Pittsburgh, que serviu de base para este artigo, a recomendação da Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, é que sejam utilizadas peças de concreto sem chanfro ou com chanfro total de até 4 mm.
O principal objetivo é o de proporcionar o melhor conforto de rolamento em calçadas.
Segundo os estudos o padrão de assentamento escolhido deve ser preferencialmente em espinha de peixe a 90°, em relação à direção preferencial do percurso com cadeiras de rodas.
A execução correta do pavimento é essencial para garantir o conforto de rolamento adequado e para isso devem ser atendidos os requisitos descritos na ABNT NBR 15953 – Pavimento intertravado com peças de concreto – Execução.